Candeeiros...

Mesmo o "homem" mais pequeno pode ver a grandiosidade do mundo. Também para quem gosta de criar, a perspectiva deve ser sempre de baixo para cima. O treino do olhar tem sempre em conta as duas premissas anteriores e por vezes revela-nos objectos encantadores como este candeeiro antigo (já electrificado por necessidade pública). Está preso à história local por teimar desafiar a pedra medieva, exibindo com alguma pomposidade o ferro forjado de algum artista de aldeia, como se enfeitado estivesse, para saudar os transeuntes que por ele passassem. Hoje, já há poucos "homens" que reparem na sua própria envolvência patrimonial, que se interroguem sobre o seu destino social, que não se vitimizem pela condenação económica, que sejam verdadeiramente seres humanos, conscientes e activos. Há delírios a mais e objectivos palpáveis a menos. "Querer é poder", pode-nos até segredar este velho candeeiro...